segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Poemas


Por: Afonso Brade (baixista da Banda Os Juls)

Olá pessoal,

Como vocês sabem, o blog também tem o intuito de além de divulgar minha banda, falar sobre assuntos gerais de arte. Hoje decidi postar alguns poemas.


Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


É interessante perceber também que algumas letras de música são tão bem escritas que valem também como poemas.


A Lista

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assovia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

A Rua dos Cataventos 
                                              
Mário Quintana

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

Soneto 66
                
       William Sheakespeare

"Farto de tudo, clamo a paz da morte 
Ao ver quem de valor penar em vida
E os mais inúteis com riqueza e sorte 
E a fé mais pura triste ao ser traída
E altas honras a quem vale nada 
E a virtude virginal prostituída
E a plena perfeição caluniada 
E a força, vacilante, enfraquecida
E o déspota calar a voz da arte 
E o néscio, feito um sábio, decidindo
E o todo, simples, tido como parte 
E o bom a mau patrão servindo
Farto de tudo, penso, parto sem dor 
Mas, se partir, deixo só o meu amor."



Aqui agora vão alguns poemas autorais, um de um amigo meu, outro de minha autoria



O amor te Chama 
 Tobias Mota


O amor é uma chama 
Que chama o meu amor
A chama de quem te ama
Também chama frio e calor.

A chama que teme perecer
Quer incendiar seu coração
E se você corresponder
Ela se manterá em ignição.

A chama que é sempre oculta
Te chama com volúpia e amor
Mas se você não a escuta
Adiante, poderá sentir dor.

Veja que a chama chama o amor
E só basta apenas você entender
Que essa chama de florescente calor
Se chama eu e você.





Sinceramente 

  Afonso Brade

Sinceramente
gostaria de lhe dizer
que a mais pura verdade
pode revelar sua face
que a tanto você tenta esconder

lhe dizer
que as tantas coisas
que você pode saber
estão tão próximas e fáceis
quanto reparar, num belo anoitecer

e perceber
que a essência da verdade
está na sinceridade
de ser.


Quem quiser ver mais poemas do meu amigo Tobias Mota acessem o blog dele:
http://tobiaslopes.blogspot.com.br



Por: Afonso Brade (baixista da Banda Os Juls)


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